17/05/2016
Artigo de opinião publicado no "Suplemento Europa" do Partido Socialista
Artigo de opinião publicado "Suplemento Europa" - Nas Comissões e Delegações que integro no Parlamento Europeu (PE), face aos acontecimentos que têm marcado a agenda política europeia, como o afluxo de refugiados e os atentados terroristas em Paris e em Bruxelas, venho insistindo na necessidade de coerência entre as dimensões interna e externa das políticas da UE. Por isso, enquanto relatora-sombra no Relatório sobre a prevenção da radicalização e do recrutamento de cidadãos europeus por organizações terroristas, defendi que precisamos de menos destrutiva austeridade para combater o desemprego e a exclusão social e não fazer o jogo dos extremistas.
Defendo também ser urgente investir na resolução dos conflitos - desde logo na vizinhança, Síria, Iraque, Líbia, Israel-Palestina - e apoiar defensores dos direitos humanos e activistas pró-democracia. Nesse sentido, também, trabalho por uma Política Comum de Segurança e Defesa, com partilha de capacidades civis e militares e melhor uso dos orçamentos de defesa nacionais, como sublinhei no Relatório sobre o impacto da evolução dos mercados europeus de defesa nas capacidades de segurança e defesa na Europa.
Tenho trabalhado pela cooperação mais eficiente entre autoridades policiais e judiciais no combate à corrupção e ao crime organizado (incluindo terrorismo), o que exige transparência do setor financeiro e empresarial: participei nas negociações sobre a 4a. Diretiva Europeia para a Prevenção do Branqueamento de Capitais, e prossigo esse trabalho na Comissão Especial do PE (TAXE e TAXE II) encarregue de analisar práticas fiscais agressivas das multinacionais e acordos fiscais com os Estados Membros, criada devido ao escândalo "LuxLeaks".
Durante este mandato visitei campos de refugiados no Iraque, Jordânia, Líbano, Turquia e, no mês passado, na Grécia: defendo que reforçar as fronteiras externas da União passa por aplicar o Acordo de Schengen e um sistema de asilo realmente europeu, com vias seguras e legais de entrada na Europa, como única forma de retirar o negócio às mafias de traficantes de seres humanos: o contrário do recente negócio EU-Turquia, que tenho contestado como imoral, ilegal, ineficaz e devastador da credibilidade internacional da UE.